Koji Sakamoto.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
OLHOS AVISADOS
Koji Sakamoto.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
A FLOR EM DIVERSOS MOVIMENTOS
Sua filha Itsuki, que instituiu o estilo Sanguetsu de ikebana seguindo a sua técnica e filosofia, afirmou: ”As flores não falam. Seguindo a Lei do Universo, elas florescem silenciosamente, conforme lhes ordena o tempo e, após caírem, sem que o percebamos, oferecem os frutos para a propagação das sementes. L indas e deslumbrantes, prosseguem sua existência silenciosa e tranqüilamente. Acho interessante como as pessoas se afeiçoam a elas, amando-as como algo muito nobre e singelo. Por conseguinte, é muito natural que o ser humano deseje vivificá-las à sua volta.”
Uma arte milenar
Ikebana é uma das muitas expressões artísticas desenvolvidas ao longo dos séculos pelos japoneses, sob influência do Zen Budismo, que leva o praticante à harmonia interior, alcançada através da contínua interação com as plantas que, por sua vez, resulta no aflorar e no desenvolver da sensibilidade. Por isso, a arte da ikebana é considerada também uma forma de meditação. Iniciar-se no seu aprendizado significa assumir um caminho de autoconhecimento.
A palavra ikebana deriva de ike – provém dos verbos ikeru (colocar ou arrumar flores), i kiru (viver, tornar vivo ou chegar à essência de algo) e ikassu (colocar sob a melhor luz, ajudar a encontrar a verdadeira essência, tornar a vida mais pura) – e hana (pronuncia-se bana), que tem o significado literal de flor. Portanto, ikebana é a arte de arranjar flores, ramos e galhos naturais numa composição, evidenciando-lhes a beleza. É também uma opção, um estilo de vida.
A arte da ikebana teve início no Japão, entre os séculos 15 e 16, mas seus primórdios remontam a cerca de mil anos antes, com a introdução do Budismo no país. O fator determinante para o surgimento desta arte sublime foi a forte relação do povo japonês com a natureza, que se explica por dois motivos. Primeiro, porque até o século 5, o Japão era caracterizado pelo isolamento que o distanciava dos demais países. Assim, a cultura nipônica era extremamente regionalista e se caracterizava pela forte ligação do homem com a terra natal e os elementos que a compõem. Essa ligação deu origem ao xintoísmo, religião nativa que cultua Amaterassu-Oomikami – deusa do Sol – como divindade maior e reverencia os espíritos que admite estarem presentes nas montanhas, árvores, flores, rios, animais, chuva, vento, trovão etc. Segundo, porque naquele país é onde são mais bem definidas as estações do ano, havendo uma contínua renovação dos aspectos da natureza.
Assim, quando no século 6, sob influência do Budismo, estabeleceu-se o hábito de enviar oferendas a Buda, a flor foi escolhida por se tratar da mais bela e sutil manifestação da natureza. Assim, os primeiros praticantes do que viria a ser a arte do ikebana foram sacerdotes, e o Templo “Rokakudo”, de Kyoto, é considerado o berço dessa manifestação artística.
Por volta do século 10, outras manifestações relativas à flor se integraram à vida japonesa. Primeiro, estabeleceu-se o hábito de colocar flores em vasos para ornamentação das residências, uma vez que, até essa época, elas eram admiradas, sobretudo, no seu habitat natural.
Mokiti Okada utilizava as plantas do seu próprio jardim. Escolhia as que mais gostava, e as arranjava num vaso, rapidamente. Ele dizia que se elas fossem muito manuseadas, perderiam a vitalidade. Por isso, ao compor as vivificações, retirava apenas uma ou duas folhas menos bonitas, colocando as flores rapidamente nos vasos. Essa rapidez era o resultado do profundo amor e respeito que ele nutria pela natureza. Costumava dizer: “Procure sempre ter a natureza como princípio básico de sua vida”. Parece que suas composições florais transmitiam exatamente isso.
Atualmente, a arte da ikebana é difundida mundialmente e há várias escolas – cada uma se expressa através de técnicas e características próprias. A Ikebana Sanguetsu, foi instituída pela Fundação Mokiti Okada com base no sentimento e na filosofia de vida de Mokiti Okada – concretizar o seu ideal de construir uma sociedade mais justa, equilibrada, pacífica e feliz. Por isso, ela tem como princípio respeitar a natureza, procurando criar vivificações que reflitam a beleza natural das flores, com toda sua elegância, simplicidade e pureza.
Para tudo, na Ikebana Sanguetsu, existe uma simbologia. Os galhos podem representar o Sol, a Lua e a Terra, bem como os membros de uma família. Há representatividade para o amor assim como existe passado, presente e futuro. Os alunos relaxam e entram em contato com seus valores mais profundos. Detectam seus sentimentos, seu modo de pensar, sua maneira de agir. Voltam-se para o “eu” e conseguem, quase sem perceber, evoluir e mudar suas vidas para melhor. Resgatam sentimentos perdidos, saldam mágoas e ódios antes enraizados. Flexibilizam-se para a vida. Mokiti Okada afirmava: “Aqueles que têm o desejo ardente de se igualar à beleza das flores, possuem corações que a elas se assemelham”.
Por isso, esta arte precisa ser exercida com muita alegria e sinceridade. O seu praticante precisa ter leveza, pensamento positivo, próspero e grande. Enquanto desenvolve a vivificação floral, precisa mentalizar o bem do mundo, da sociedade ou de alguém. Precisa banir as atrocidades cotidianas da sua mente e se deixar enlevar pelos encantos dos galhos, flores e complementos, com suas curvas e cortes originais.
Mas como a ikebana é uma arte, é preciso empregar técnicas específicas e praticar bastante ( e constantemente ), pois, com o passar do tempo, a experiência conquistada por esta prática e o sentimento de amor e respeito à natureza se refletirão nas vivificações florais, deixando os ambientes mais alegres, iluminados e harmoniosos, como sempre desejou Mokiti Okada.
É por isso que o curso de Ikebana Sanguetsu, conforme afirmam seus coordenadores, não é decorativo. É um curso “de coração”. E é justamente este órgão humano o que mais sofre transformações na prática da Ikebana Sanguetsu. É experimentar para crer. E ser mais feliz, com certeza.
por Ana Cristina Stabelito
BONDADE E CORTESIA
Bondade e cortesia são as qualidades que mais faltam ao homem da atualidade.
Há um método que nos permite avaliar o nosso progresso na Fé e o nosso aprimoramento espiritual. Primeiro, devemos evitar as desavenças; depois, desenvolver a bondade; por fim, nos tornarmos mais corteses. Se conhecermos alguém com tais atributos, veremos logo que é pessoa polida, que se aprimorou e que possui o intrínseco valor da Fé. Essa pessoa será estimada e respeitada por todos; suas atitudes valerão como uma silenciosa divulgação de Fé; servirá como exemplo de Fé concretizada em atos.
Mas o mundo atual mostra-nos, a todo instante, como é carente dessa bondade e cortesia. Por toda parte, o ser humano vive a esmiuçar os defeitos alheios, odiando e recriminando a toda gente, salientando sempre os seus aspectos desagradáveis. Podemos afirmar que quase não existe cortesia no homem moderno. Há, nele, um requinte de egoísmo, grosseria, espírito calculista e constante desculpa para todos os erros que comete. Não lhe importa ser desagradável aos outros. (...)
A verdadeira civilização resultará do crescente número de pessoas que agem conforme o cavalheirismo inglês ou a filantropia americana. Ser fiel às regras morais permite a formação de uma sociedade agradável, onde reina o conforto. Se tal sociedade puder ser criada, o Paraíso será uma realidade para o homem. (...)
A formação desse homem bondoso e cortês depende unicamente da Fé e constitui a diretriz de nossa Igreja, que, nesse sentido, vem se desenvolvendo cada vez mais.
Meishu-Sama em 25 de outubro de 1950
Extraído do Livro Alicerce do Paraíso, vol. 4 (trechos)
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