Meishu-Sama nos
ensina que homem é espírito e mulher é matéria. Em todos os
relacionamentos existe esta ordem: entre pais e filhos, entre chefe e
empregados, em tudo, inclusive no relacionamento homem/mulher.
À
mulher cabe a missão de construir o marido para que trabalhe para o
bem-estar da sociedade. É famoso o ditado: “Através de um grande homem
há uma grande mulher”. A mulher é o equilíbrio do lar, por isso os
rapazes devem olhar bem a esposa que escolherem.
A missão primeira, tanto do homem quanto da mulher, é a construção do
mundo ideal e, a seguir, para o homem, vem a missão com o trabalho e
depois com a família. Já com a mulher, os valores são diferentes:
primeiro a missão com a família, depois com a profissão.
Entre os vários casos de jovens que acompanhei, deparei-me com o de uma moça que passo a relatar.
Havia
uma jovem muito bonita que, quando comecei a acompanhar, só pensava na
sua profissão. Eu olhava o jeito dela, extremamente decidido, ativo, e
pensava como ela devia anular qualquer homem a seu lado. Ela decidia
tudo. Seus namoros não iam além de três meses, pois, nos primeiros
obstáculos, ela já terminava tudo.
Em
casa, ela não fazia nada, mal fritava um ovo e tudo classificava como
“descartável”. Como já contava com vinte e seis anos e, apesar de muito
dedicada na Igreja, não conseguia encontrar um bom namorado, veio
conversar comigo sobre sua preocupação. “Oque devo fazer para arrenjar
um bom namorado que dê certo?”, perguntou-me. “O senhor vive me dizendo
para arranjar um namorado, sigo todas suas orientações das aulas, dos
seminários para moças, procurando ser mais atrativa. Por conta própria,
segui a orientação que o senhor deu para outra moça e fiquei dois anos
sem namorar, só dedicando para crescer espiritualmente mas, até agora,
nada. Sensei, já tenho vinte e seis anos, vou ficar “encalhada”, para
“titia” como dizem...”
Comecei
a rir. Ela já havia mudado um pouco, compreendia e aceitava mais a
importância da mulher lidar com tarefas do lar, e começava a perceber
que só com a parte profissional e financeira, continuaria sentindo um
“vazio” em sua vida, pois fugia de sua missão primeira como mulher,
esposa e mãe. Pensei na melhor maneira de orientá-la, mas eram tantos
pontos queria apontar seus vários pontos falhos, senão ela se acharia um
caso sem solução. Então, disse apenas: “Você deve mudar um pontinho,
apenas um. Quando perceber qual é e conseguir mudá-lo, estará pronta
para receber um bom namorado. Atualmente, mesmo que apareça um, não será
aceito.” “Mas que ‘pontinho’ é esse?”, perguntou-me ansiosa. “Bom, isso
você vai nesse ponto, eu digo”, respondi na ocasião.
Esta
moça aprimorou o espírito de busca. Tudo que ouvia sobre o assunto –
nas aulas, nos seminários para moças, nos Ensinamentos – ela praticava.
Quando percebia algo para mudar, já partia para a prática com força
total. Assim que mudava algo, vinha até mim e perguntava: “Sensei, eu
não ajudava minha mãe a lavar e limpar os pratos. É esse o ponto?”. Eu
lhe respondia que não.
Passava
mais um tempo, ela mudava outro ponto e vinha novamente: “Pela primeira
vez, ajudei a limpar o peixe. Descobri o pontinho! É isso, não é?”
“Não, ainda não” eu dizia.
Assim
foi o aprimoramento dela por uns dois anos e, nesse tempo todo, ela
praticamente “virou do avesso”, mudando vários pontos até chegar no tal
“pontinho”. Por várias vezes, chegou a desanimar, mas sempre foi
reanimada com nova esperança. Eu mesmo não sabia que “pontinho” era
esse, foi apenas o caminho que encontrei para fazê-la mudar tudo que
tinha para mudar.
Em
meio às suas dedicações, ela conheceu um rapaz, membro, com o qual
criou um laço de amizade e pelo qual começou a se interessar. Mas ele
tinha namorada, que o havia encaminhado à Igreja e ela, sabendo disso,
logo aquietou seu interesse. Passou um tempo, ele terminou o namoro e
ela veio falar comigo contando seu interesse pelo rapaz e perguntando o
que deveria fazer. Fiquei contente, aliviado, pois Meishu-Sama já
manifestava algo através deste fato. “Ele não me deixou na mão”, pensei.
Orientei-a assim: “Torne-se cada vez mais atrativa. Mas não só
exteriormente, principalmente no seu interior e não tome nenhuma
atitude. Ele chegará até você.”
Ela,
que era uma pessoa brincalhona e extrovertida, ficou mais quieta e
reflexiva. Em seguida, esse rapaz pelo qual ela estava interessada, veio
falar comigo: “Estou gostando de uma moça da difusão e gostaria de
receber sua orientação.” Finalmente, as portas se abriram! Ele também se
interessou por ela. Um dia, na saída de um Culto, vi os dois
conversando e disse: “Olha, ele gosta de você”. E para ele “Ela gosta de
você.” Ficaram os dois sem graça mas, daí para o namoro, o noivado e o
casamento foi “um pulo”, como dizem. Durante o namoro, ela, que
detestava afazeres do lar, foi fazer curso de corte e costura e
culinário. Durante este período, por várias vezes, perguntou qual era o
“pontinho”. Disse que diria depois do casamento.
Realizei
o casamento e, após a cerimônia, ela veio me perguntar mais uma vez
qual era o “pontinho”. Respondi que não sabia qual era o ponto. Todas as
vezes que as coisas não vão bem, e nós não somos felizes, devemos
procurar as causas dentro de nós e nunca fora
Retirado do livro: "Encontrando um Caminho"
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